quarta-feira, 24 de março de 2010

Luta por rock autoral

Eram garotos que, como nós, amavam os Beatles e os Rolling Stones. O sonho para a Ventores começou mesmo em 2006, em Sobradinho. E recomeçou no ano seguinte, quando Fábio e Diego resolvem remontar a banda em Santa Maria. A busca por integrantes teve o primeiro resultado em uma madrugada de sábado, no fim de uma Boate do DCE.

– Eles disseram que estavam atrás de baterista, e eu topei. O detalhe é que menti. Porque eu sou guitarrista e não tocava bateria – conta Guilherme.

No primeiro ensaio, já trabalharam músicas próprias. Mas o repertório autoral não era suficiente para um show inteiro. E aí alguns covers vieram para rechear as apresentações e, de forma direta, mostrar as principais referências da Ventores. Na conta, entraram bandas como Interpol, Kings of Leon, Supergrass, Strokes e Arctic Monkeys, além dos sessentistas Beatles e The Who. De lá para cá, a banda tem sofisticado suas performances, aumentado o número de músicas autorais nos shows e reunido cada vez mais um público fiel.

– A gente sempre achou importante criar a identidade da banda sem cover. Mas, no começo, os covers vieram para encher repertório. Hoje, a gente faz show só com nossas músicas – conta Fábio.

No processo de composição, o quarteto inicial sentiu a necessidade de incluir mais guitarras e teclados. Foi aí que entrou Adriano. Hoje, a Ventores está com 18 músicas, sendo que cerca de 13 estão sendo apresentadas ao vivo.

– Antes, a gente tinha um show mais sujo, em volume mais alto. Com o Adriano, a gente começou a buscar algo mais melódico, mas não por isso menos enérgico – conta Diego.



Artigo originalmente publicado em:http://www.clicrbs.com.br/dsm/rs/impressa/4,1300,2847962,14358  por Francisco Dalcol

Vento nos motores



A banda Ventores aproveita embalo depois de shows pelo Estado e 

de tentar abrir para o Franz Ferdinand

Eles são sempre vistos andando juntos, como uma gangue. A união forma uma banda que desafia a incerteza daquele sonho de acontecer. Pode até parecer inocência ou ingenuidade, mas eles ainda acreditam no rock’n’roll. E a inspiração vem de todas as bandas que um dia estouraram. É essa busca que movimenta a Ventores, banda que representa, em Santa Maria, uma espécie de locomotiva dos vagões do novo rock – nome dado à pegada roqueira destes anos 2000.

Em um cenário em que bandas surgem e somem a toda hora, a persistência marca a Ventores, com uma certa malandragem de quem faz de tudo para não perder o embalo. Não que eles já não tenham vacilado e perdido oportunidades. Mas erros servem de lição para não serem repetidos.

Fatos recentes sinalizam um caminho que a Ventores poderá trilhar. Em fevereiro, a banda encarou shows em Pelotas e Ibarama como aquecimento para o Grito Rock Sul, que levou a banda a tocar nas programações de Santa Maria e de São Leopoldo.

– Fomos apresentados a essa cena de festivais, conhecemos projetos... Deu para perceber o movimento – diz o vocalista Fábio Wilke, 23 anos.

Ao lado dele, estão Diego Armando (guitarra, 23), Daniel Amaral (baixo, 23), Adriano Taques (guitarra e teclado, 21) e Guilherme Neu (bateria, 24).

A Ventores ainda foi cotada como uma das bandas de abertura para o show do Franz Ferdinand, no último dia 18, no Estado – a banda escocesa é uma das influências dos guris. Para isso, chegou até a promover uma espécie de campanha de votos para o site que recolheu a opinião dos internautas. No fim, a vencedora foi a porto-alegrense Pública.

Gravações – Agora, a Ventores está prestes a sofisticar as músicas que já oferece no MySpace. Os guris deverão gravar no estúdio Marquise 51, em Porto Alegre, que já registrou bandas como Identidade, Os Replicantes e Acústicos & Valvulados. De Santa Maria, Rinoceronte e Daniel Rosa & Saturno Experiment também já fizeram registros por lá.

Grande parte dessas oportunidades está surgindo desde que a Ventores selou parceria com o Macondo Coletivo, braço da casa noturna ligado a uma rede de intercâmbios e festivais pelo Brasil.

– As coisas estão acontecendo de forma legal. Agora, a gente tá buscando amadurecer como banda, tanto em estúdio como ao vivo – conta Diego.

– A gente sabe que é preciso melhorar de forma contínua. E vamos buscar isso, testando e experimentando – arremata Adriano.

Artigo originalmente postado em http://www.clicrbs.com.br/dsm/rs/impressa/4,1300,2847962,14358 por Francisco Dalcol