quarta-feira, 24 de março de 2010

Vento nos motores



A banda Ventores aproveita embalo depois de shows pelo Estado e 

de tentar abrir para o Franz Ferdinand

Eles são sempre vistos andando juntos, como uma gangue. A união forma uma banda que desafia a incerteza daquele sonho de acontecer. Pode até parecer inocência ou ingenuidade, mas eles ainda acreditam no rock’n’roll. E a inspiração vem de todas as bandas que um dia estouraram. É essa busca que movimenta a Ventores, banda que representa, em Santa Maria, uma espécie de locomotiva dos vagões do novo rock – nome dado à pegada roqueira destes anos 2000.

Em um cenário em que bandas surgem e somem a toda hora, a persistência marca a Ventores, com uma certa malandragem de quem faz de tudo para não perder o embalo. Não que eles já não tenham vacilado e perdido oportunidades. Mas erros servem de lição para não serem repetidos.

Fatos recentes sinalizam um caminho que a Ventores poderá trilhar. Em fevereiro, a banda encarou shows em Pelotas e Ibarama como aquecimento para o Grito Rock Sul, que levou a banda a tocar nas programações de Santa Maria e de São Leopoldo.

– Fomos apresentados a essa cena de festivais, conhecemos projetos... Deu para perceber o movimento – diz o vocalista Fábio Wilke, 23 anos.

Ao lado dele, estão Diego Armando (guitarra, 23), Daniel Amaral (baixo, 23), Adriano Taques (guitarra e teclado, 21) e Guilherme Neu (bateria, 24).

A Ventores ainda foi cotada como uma das bandas de abertura para o show do Franz Ferdinand, no último dia 18, no Estado – a banda escocesa é uma das influências dos guris. Para isso, chegou até a promover uma espécie de campanha de votos para o site que recolheu a opinião dos internautas. No fim, a vencedora foi a porto-alegrense Pública.

Gravações – Agora, a Ventores está prestes a sofisticar as músicas que já oferece no MySpace. Os guris deverão gravar no estúdio Marquise 51, em Porto Alegre, que já registrou bandas como Identidade, Os Replicantes e Acústicos & Valvulados. De Santa Maria, Rinoceronte e Daniel Rosa & Saturno Experiment também já fizeram registros por lá.

Grande parte dessas oportunidades está surgindo desde que a Ventores selou parceria com o Macondo Coletivo, braço da casa noturna ligado a uma rede de intercâmbios e festivais pelo Brasil.

– As coisas estão acontecendo de forma legal. Agora, a gente tá buscando amadurecer como banda, tanto em estúdio como ao vivo – conta Diego.

– A gente sabe que é preciso melhorar de forma contínua. E vamos buscar isso, testando e experimentando – arremata Adriano.

Artigo originalmente postado em http://www.clicrbs.com.br/dsm/rs/impressa/4,1300,2847962,14358 por Francisco Dalcol

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